PRINCIPAIS FERIMENTOS PARA INFECÇÃO DE NEONECTRIA DITISSIMA EM PLANTAS DE MACIEIRA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOAQUIM – SC

  • PAULO HENRIQUE DA SILVA NOGUEIRA
Palavras-chave: Cylindrocarpon heteronema, Malus domestica, Cancro Europeu da Macieira, Praga quarentenária

Resumo

A macieira (Malus domestica) é uma frutícola de clima temperado que possui destaque
na fruticultura nacional. Atualmente o Cancro Europeu da macieira (CEM), uma doença
quarentenária, está preocupando os produtores, por ser agressiva e de difícil controle. A
principal estratégia para redução das epidemias nos pomares, é a erradicação de ramos e
plantas sintomáticas, bem como a proteção dos ferimentos e aberturas naturais das
plantas com fungicidas. No estado de Santa Catarina, maior produtor nacional da fruta,
inexiste estudos que demonstrem ou quantifiquem quais são os principais ferimentos
que o patógeno utiliza para infecção. Portanto, este estudo tem como objetivo identificar
e quantificar quais são os principais ferimentos que o fungo Neonectria ditissima utiliza
para causar infecção em plantas de macieiras. O estudo foi conduzido em pomar de
macieiras da cultivar ‘Gala’ enxertada sobre porta-enxerto Marubakaido com alta
incidência do CEM na estação experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária e
Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) de São Joaquim. Os dados foram coletados
em plantas com 9, 11 e 30 anos de idade nos invernos de 2018, 2019 e 2020. Foram
avaliados os números totais de plantas com CEM e determinado os principais
ferimentos (queda de folhas, colheita de frutos, poda e outros) que o fungo utilizou para
causar infecção e manifestação de sintomas. O maior número de lesões causadas por N.
ditíssima foram verificados nos ferimentos de frutos ocasionados durante a colheita da
maçã. O ano de 2019 se destacou por apresentar o maior número de lesões,
provavelmente pode ser associado ao maior regime pluviométrico entre os anos
avaliados, propiciando melhores condições para disseminação e estabelecimento do
fungo nos pomares. Em relação à idade das plantas, os pomares mais jovens foram mais
suscetíveis, por apresentarem menor lignificação e serem mais propícias a ferimentos
quando comparadas às mais velhas. O estudo demonstra a importância em proteger os
ferimentos de pós-colheita e queda de folhas, bem como de poda, situações em que
comumente não se utilizavam fungicidas.

Publicado
2021-06-17
Edição
Seção
Artigos